domingo, 6 de dezembro de 2009

Se desfigura


A dor, da dor que doi em seu peito,
não é mais seu único receio,
seu pensar torna-se mero pensar
tamanho ao seu desejo.
Sua cor que foje o sangue,
num suspiro quase infame,
faz lembrar-se :
Nada foi em vão, não fosse a tamanha ilusão
de que nada foi em vão.

Seu sorriso, cansado, sem riso,
sem som dança, em seu ritmo.
Pensa, pensa, pensa...
tudo parte do pensar.

É por ela a nostalgia, e dele o compasso,
é por ele a inércia, e por ela o caminho da idéia
que faz tudo ser o oposto.
Seu rosto, aquele rosto, é só rotina.
E rotina não tem rosto, porque é quando se desfigura.
E se desfigura,
Seu sorriso, cansado, sem riso,
sem som dança, em seu ritmo.
Pensa, pensa, pensa...
tudo parte do pensar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O amor


O amor é assim,
dessas dores que batem e não sabemos porque.
Dessa dor que é tão boa de sentir, mesmo doento tanto.
O amor é assim, sonho que sonhamos sempre juntos,
e que nunca pensamos um dia tornar-se pesadelo.
O amor come meu controle, come o meu eu,
o amor é o eu vestido de você em mim mesmo.

Como é triste e bom amar,
como é tão doloroso sentir que sem o outro
você se resume a nada, mesmo sabendo que é o único,
que você é o tudo de si mesmo.

O amor é lembrança,
e sendo lembrança é saudade,
e sendo saudade é dor,
e sendo dor,
é amor...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O dia em que meu pai morreu...


De repente, numa casa escura, fechada, em um tempo frio, no alto de um bairro da cidade de garanhuns, recebendo um telefonema que trazia amargamente notícia que acabava com sentimentos de alegria. Me vi ali, inerte, com lágrimas que doiam todo o peso do remorso, do tempo que passou e não pude rever o motivo de tamanha tristeza que agora sentia. Era minha tia que ligara, dando-me notícia que nenhum filho gostaria de escutar:
-TEU PAI INFARTOU, NÃO RESISTIU E MORREU.
Em meio a tamanha proporção que a má notícia me despertou, só restaram lágrimas, só restou a lembrança da ultima vez que havia avistado meu pai. A dor estava explícita em meu rosto, e pela primeira vez senti o que é perder um pai, pela primeira vez, vi como as palavras que os visitantes de velório acham que servem para confortar, não servem de nada. Graças a Deus, era só sonho, aliás, sonho não, pesadelo, e dos grandes, o alívio de saber que foi tudo fantasia da mente, foi maior que a dor que no pesadelo tinha afetado todo meu cérebro. Ainda bem pai, que você ainda continua entre nós, e desculpa por te acordar as 5 horas da manhã, foi só um susto.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A musa de minutos


Os seus olhos claros me condicionam ao desejo, e a sua boca, tão meiga boca, me expressa a fragilidade de uma peça rara. Que lindo seria se além de dois não houvessem mais, aliás, não houvesse eu. Mas tuas expressões me fazem desrespeitar alguns conceitos, e bobo me vejo conformando-me so com o olhar. Mesmo sabendo que deveria, que na pessoa que do teu lado finjia, me mostrava que eu era o melhor, se sincero eu seria só tempo saberia, estava disposto a descobrir. Mas foi momento rápido, me vi por minutos ao teu lado, e inerte fiquei. Como criança, me perdia na tua dança, a dança dos olhos, das expressões, a dança que me fez parar, e nessa pausa enxergar como bela era tua imagem, no interior e exterior mais uma vez me vi onde queria, era musa dos flashs da minha propria mente, era musa que me fazia minutos contente, e o sorriso era paraíso, paraíso apenas em um sorriso.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A lembrança é o castigo


Ainda na lembrança do sorriso,
a liberdade era plena,
as vezes era pequena,
as vezes nem era.

O que me impressiona,
a nostalgial do ultimo olhar.
As palavras que poderiam ser ditas,
as frases que me engasgando engolia,
e a tristeza de não conseguir.

Hoje não posso olhar,
nem posso ver,
não posso saber,
muito menos querer,
quem dera abraçar.

Hoje o caminho é nenhum,
o não é castigo,
o castigo ainda é nada.
e nada sou eu.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Só refletia.....o tempo passou.


Projetando-se no infinito, no caminho que não imaginava ser tão diferente, embora as palavras fossem frequentes, preferia não acreditar. O que havia acontecido naquele recinto, senão mais uma reflexão. refletiu como costumava fazer, sempre fazia isso, nada mudava, porque nada mudava se ele refletia, ele só refletia, ele só, refletia.
mesma coisa. era o soldado, era o só, dado. não fazia nada, seu mundo parou, parou porque ele só refletia. Lapso temporal, mental, era pausa do seu compromisso, pois ele só refletia, refletia e não conseguia, não conseguia por que so refletia! nunca agiu, ele só refletia!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

nada começa, no fim ainda nada.


Tua terra seca é despedida,
e sozinho se vê na cova,
na cova que nem tem,
não tem e não terá,
pois tua terra seca é despedida.


De tanto lutar,
ele se vê assim,
de terra seca despedindo,
a vida dele a cova que não têm.
nunca foi e nunca teve nada,
e por consequência não é agora.

Baseado na obra de chico buarque de holanda, funeral de um lavrador

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O amigo não aprende...


Como pétalas, era frágil e sensível o seu rosto, era meigo e sincero, era tão perfeito que o momento fez ele esquecer de um outro amor que existia de uma outra pessoa para com ele, alguém que era bem mais real e fiel, mas que não fez ele parar de deixar-se levar pelos seus sentimentos e desejos.A primeira perfeita, a segunda quase perfeita, isso era estranho para ele e ao mesmo tempo ele sabia que já vivera aquela mesma experiência outras vezes, e sabia exatamente onde ia acabar...mas a sensação de tudo acabar diferente, fazia ele sentir adrenalina, ele sentia um "medo tão bom" que sempre queria repetir a dose...era maravilhoso estar ali, com aquela pessoa, que ele também gostava, sentindo aquilo que era ótimo, curtindo o momento em si com quem também fazia ele se amar.Más, as sensações de remorso o atormentavam por segundos...Ele se fazia nem entender...más enfim, será que realmente valia a pena tudo aquilo?Ele se perguntava...ele se perguntava...ele se preguntava... Bem ja mudou de pensamentos, agora ja estava novamente envolto aquela situação de outrora, já estava no delírio, desta vez carnal, muito carnal, começava a ficar bem sudutivo, tudo, ele sabia que somente o tempo decidiria em que momento aquilo não seria mais atraente, que um dia, aquilo tudo terminaria, novamente. Bem, ele se deixou levar... foi levando, foi levando, até onde ele queria, chegou.É, se sentindo cafageste, depois de conseguir, aquele dia novamente o êxtase do corpo com aquela quase perfeita, ele olha, faz que ta tudo normal e continua, se sentindo um lixo, porque ali sim, ali lhe bateu remorso de tamanha proporção que À fez questionar um agir estranho, coisa que jamais haviam percebido, fez então ele sentir medo, fez ele achar que supertisciosamente daquela vez tudo poderia acabar diferente do costumeiro, o que seria muito ruim, pois a quebra do paradigma que ele estava acostumado era o fim.
Será que ele continuou?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

na verdade de cada um......


minha cabeça é tempestade difusa dos tempos,
faz de mim um jovem ao relento,
faz do ser a criatura confusa,
faz da dúvida verdade sincera,
que vai melhorando quando é primavera,
e o clima começa a esquentar.

no desejo solene da harmonia individual,
pois ser igual é ser coletivo,
e o coletivo....nem sempre é normal,
e o normal nem sempre é coletivo....

sábado, 11 de abril de 2009

triste escrever solitário


Todos os dias,apenas dias,fragilidade se torna tão explícita que sinto-me envergonhado,nada me resta se não a escrita,e se escrevo vai ali um pouco de mim,vai ali uma cumplicidade de mim para mim,que nem sei como me ajuda....percebo cada dia como tudo em minha volta anda mudando,e nem sempre me adequo,nem sempre compreendo,por mais que tente,por mais que insista,por mais que seja assim como atualizar os dados processados,não tenho o codigo de ativação...isso me faz reclamar a mim mesmo o vazio que sinto,faz de mim simplesmente o frágil,e fragilidade dá comodismo,e me acomodar a essa situação seria o fim....o fim é o que não posso desejar,não nesse momento,so me resta escrever,desabar de mim o que não posso engolir,pois se engolir...toda engrenagem trava...e se travar jamais tornarei a escrever....e se não escrever,jamais darei as falas aos que engolem de si esse sentimento!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 27 de março de 2009

espera de que?


passando as horas,
em meio o vazio que restou do quarto que é o vácuo,
me encontro aqui,
infeliz de mim mesmo.
tão estranha foi a tarde
que resultou em nada aparente.
tão estranho fui que aqui estou.
tanto que fiz,que nada foi feito.

no entanto sou a dúvida,
no entanto sei que quero e que não devo.
vão assim os dias passando,as horas,os minutos,segundos.......
continuo aqui esperando!

nostalgia emotiva!


Simplesmente ele ia caminhando,sem saber ao certo onde ia chegar...eram 8 horas da manhã,após uma longa noite de mais uma rotina de um mesmo lazer,e surge ela...como algo justamente inesperado,acordando-no e fazendo dele o nostálgico,fazendo dele uma criança em busca de afeto,chamando a atenção!AH,realmente ele precisava de atenção e de afeto,ainda mais daquela pessoa que mais uma vez lhe trouxe a nostalgia do afeto e delírios....Como poderia ter novamente seus carinhos, se ela ja não era mais dele e nem ele dela? Olhavam-se e pensavam:Quanto tempo perdemos e quantas coisas mudamos.Quantos rumos surgiram e quantas pessoas foram nossas? Bem,o interessante é que nenhum dos dois havia esquecido o quanto um importava ao outro.Assim passaram-se as horas,e ela teve de ir embora,fazendo dele novamente uma criança,perdido,indeciso,triste e reflexivo.Ele se pergunta: Até quando tudo isso vai ser igual? e até quando deveria reprimir sentimentos e negar a si mesmo que é dela realmente que ele gosta?
bem,como sempre o indeciso perde o rumo.

terça-feira, 24 de março de 2009

so quero o que sou!

as horas caminham rumo ao acaso,
percebo sorrisos antes do fato.
palavras escuto e não dizem nada,
gestos mudos aos trancos de mim
e sendo assim o que sou então?

na verdade não sou,
ainda não sou, pelo menos o que deveria ser.
sou apenas o que sou, sem sombra de dúvidas,
não sei.



de fato buscando o que?
se o que quero é o que tenho e ainda assim não tenho o que quero?

segunda-feira, 23 de março de 2009

o simples ser humano!

sai de repente um som daqui,
sai de repente um pouco de mim.
sai de mim o peso leve da consciência que nem sei
sai daqui algo assim:

como triste,feliz,alegre, sei lá,
sai que nem percebo
e se percebo para de fluir...
e se não flui não sai de mim.

como os dentes que se mostram num ato involuntário,
ou como as sobrancelhas que se juntam quando não gosto.
é bem por ai....
é bem assim,é bem sei lá
é tão singelo e tão estranho
por isso me chamo humano!