
De repente, numa casa escura, fechada, em um tempo frio, no alto de um bairro da cidade de garanhuns, recebendo um telefonema que trazia amargamente notícia que acabava com sentimentos de alegria. Me vi ali, inerte, com lágrimas que doiam todo o peso do remorso, do tempo que passou e não pude rever o motivo de tamanha tristeza que agora sentia. Era minha tia que ligara, dando-me notícia que nenhum filho gostaria de escutar:
-TEU PAI INFARTOU, NÃO RESISTIU E MORREU.
Em meio a tamanha proporção que a má notícia me despertou, só restaram lágrimas, só restou a lembrança da ultima vez que havia avistado meu pai. A dor estava explícita em meu rosto, e pela primeira vez senti o que é perder um pai, pela primeira vez, vi como as palavras que os visitantes de velório acham que servem para confortar, não servem de nada. Graças a Deus, era só sonho, aliás, sonho não, pesadelo, e dos grandes, o alívio de saber que foi tudo fantasia da mente, foi maior que a dor que no pesadelo tinha afetado todo meu cérebro. Ainda bem pai, que você ainda continua entre nós, e desculpa por te acordar as 5 horas da manhã, foi só um susto.